sábado, 12 de setembro de 2009

O velho Mondeo

Um dia desses me peguei lembrando de um velho Mondeo repetido, que o pai de um amigo meu teve desde sempre, sinceramente cheguei a conclusão de que foram vários Mondeos, mas prefiro acreditar que o velho mondeo é mais que um simples meio de transporte, o velho Mondeo é uma vida ou duas, é alegria, é confiança, é quase um casamento bem sucedido cujo a viúva negra é o carro, eterno e indescritível, se escondendo atrás de seus frios e escuros vidros.

Fiquei por algum tempo pensando nas histórias quase reais que a minha cabeça louca faz questão de acreditar. Pensei nas viagens, nas malas, no banco de trás, na música rolando com o ar condicionado num dia de chuva. Pensei no movimento repetido e incansável naquela noite escura no alto do morro, pensei nos vidros embaçados, na respiração ofegante, enquanto o Bee Gees tocava um de seus sucesso-clichês mais ouvidos durante o sexo, não sei se existe essa lista, mas a minha cabeça louca se convence das coisas antes de mim.

O velho Mondeo é um e um monte, é tudo e quase tudo, é criado, criado mudo, repetido e exclusivo, repetidamente nosso, exclusivamente seu.

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